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Mostrando postagens de maio 27, 2012

Matuto de Nascença e de Morrença

Se eu pudesse escolher uma expressão que me definisse, diria que sou matuto, um matuto de nascença e de morrença. Nasci e vivi os meus primeiros anos de vida literalmente no pé da serra, todos os dias saía ao raiar do sol pela estrada empoeirada até o curral do seu Tota, onde enchia a minha vasilha (bem pequenina, proporcional ao meu tamanho) de leite e levava até os meus irmãos menores. A minha adolescência passei em cidade grande, para os nossos padrões matutos, que na verdade era apenas uma extensão daquela vida da roça. Como cresci nesse mundo, sou um matuto de nascença, só que hoje, vivo nessa metrópole desejando ardentemente terminar todas as tarefas a mim propostas e lá voltar. Quando eu chegar lá, direi que não me acostumei com os barulhos daqueles carros e motos, com a solidão desses apartamentos, com esses poucos e raros laços de amizade, com a pressa de um povo que corre para lugar nenhum, com a violência que corrói a esperança. Sentarei novamente na calçad