Muitas vozes ecoam nos momentos mais conturbados da história. A escuta parece algo difícil de ser realizada, pois se pressupõem que todos guardam a verdade consigo. Se todos possuem a verdade, o diálogo não é possível, e não sendo possível, a violência daquele que possuir maiores recursos para dominar ganhará espaço. Não é diferente do que tem acontecido ao nosso redor onde boa parte das pessoas naturalizou a prática violenta contra o seu semelhante. A prática não é nova e me fez recordar uma antiga história bíblica. O evangelista João nos conta que uma mulher foi pega em flagrante adultério. Os acusadores a levaram até Jesus para que se aplicasse a lei judaica que prescrevia que tais mulheres deveriam ser apedrejadas. Indagaram insistentemente por uma resposta de Jesus sobre o fato. Naquele momento, Jesus escolhe chamar atenção para si através do silêncio. Não respondeu rapidamente aos acusadores, mas começou a escrever no chão. Como os acusadores insistiam por uma resposta,
A morte do Vaqueiro é um clássico da música nordestina. Escrita por Luiz Gonzaga e o seu filho Gonzaguinha conta a história do vaqueiro Raimundo Jacó. Em das interpretações mais clássicas do Luiz Gonzaga ele conta que Raimundo era o seu primo e foi o maior vaqueiro que ele conheceu. Ele teria sido assassinado, de maneira covarde, enquanto estava trabalhando no sol escaldante do sertão. O assassinato foi cometido por pessoas poderosas e fica evidente a existência de uma motivação política nessa ação. A angústia de Luiz Gonzaga é que o assassinato jamais foi investigado pela polícia, que nem mesmo um inquérito abriu, levando-o a utilizar a expressão “a justiça do homem deu para o mundo”. Diante desses fatos a única coisa que Luiz Gonzaga poderia fazer era denunciar a covardia dos homens e o desinteresse da lei em respeitar os direitos dos pobres. Passadas mais de três décadas dessa canção que retratava um Brasil cuja justiça é financiada por pessoas “poderosas”, os números atua